Será que o meu inversor aguenta essa quantidade de painéis?
E aí, instalador de sucesso, como vai você?
Com o sistema fotovoltaico dimensionado e a quantidade de painéis definida, agora é necessário escolher o inversor para a minha instalação.
E é aí que surge a seguinte dúvida: Será que o meu inversor realmente vai suportar essa quantidade de painéis? Como fazer essa análise?
É sobre isso que eu quero falar para você hoje. Vou te mostrar os principais parâmetros que devem ser analisados no momento de escolher o seu inversor.
Claro que falamos a respeito com mais detalhes no nosso método que pode ser acessado AQUI.
Primeiro temos que ter em mente que o inversor é o equipamento responsável por converter a energia gerada pelos módulos - de corrente contínua para corrente alternada.
A corrente contínua é aquela que utilizamos na bateria do nosso telefone celular, na bateria do carro ou na bateria do notebook, já a corrente alternada é a que realmente utilizamos nas tomadas de nossas casas.
Agora que já fizemos a revisão do inversor, você precisa entender por que é tão importante fazer essa análise entre módulos e inversores.
Simplesmente porque se eu não obedecer aos parâmetros de entrada do meu inversor, eu posso causar sérios problemas no meu equipamento, podendo até queimá-lo, já pensou nisso?!
Complicado né!
Então o que você precisa fazer para que isso não aconteça?!
O primeiro passo, é consultar o Datasheet dos dois equipamentos: módulo e inversor.
Para isso, vou escolher um lançamento da GoodWe, que é um inversor da série DNS-Grey, modelo GW5KBD-NS, com potência de 5kW, e um módulo fotovoltaico da fabricante DAH, modelo DHM-72L9/BF, com potência de 450Wp.
Eu sei que muitos vão perguntar sobre a influência da temperatura em relação ao desempenho dos módulos, que sim, é um fator importante!
Porém, aqui quero te mostrar o princípio básico, para você entender a lógica. Justamente de onde você deve começar para poder entender melhor sobre o dimensionamento do inversor.
Voltando aqui para o datasheet dos equipamentos, temos alguns parâmetros que devem ser analisados, começando pelo o inversor, temos:
- Potência Máxima de Entrada = 6500 W;
- Tensão Máxima de Entrada = 600 Vcc;
- Faixa de Operação MPPT = 80~550 Vcc;
- Corrente Máxima de Entrada = 13/13 A;
- Número de MPPTs = 2.
- Potência Nominal de Saída = 5000 W.
E agora vamos aos dados dos módulos: nós vamos pegar aqui os dados das condições padrões de teste (STC). Esses valores são obtidos através de ensaios com uma irradiância de 1000 w/m², temperatura de 25°C e espectro 1,5 AM:
- Potência máxima (Pmax) = 450 W;
- Tensão de circuito aberto (Voc) = 49,30 Vcc;
- Tensão de potência máxima (Vmp) = 42,11 Vcc;
- Corrente de curto-circuito (Isc) = 11,35 A.
Pronto, com os principais dados em mão, a intenção agora é saber qual o mínimo e máximo de módulos desse modelo da DAH devemos conectar na entrada do inversor para ele funcionar normalmente.
Lembrando que há o mínimo necessário para acionar o inversor, abaixo desta tensão o inversor não vai ligar. E a máxima tensão, se a gente ultrapassar essa tensão o inversor pode queimar.
Pensa comigo, se a potência máxima de entrada do inversor é de 6.500W, basta dividirmos esse valor pela potência máxima dos módulos. Sendo assim, teremos:
- QNTD máx (total) = 6500/450 =14,44 módulos
Veja que é um número quebrado, então devemos arredondar para 14 módulos. Se a gente arredondar para 15 módulos, vamos ultrapassar essa potência.
Agora você deve estar se perguntando:
Por que eu posso instalar 6500W de módulos se a potência nominal de saída do inversor é de 5000W?
Esse é o chamado Oversizing, que é o sobredimensionamento do nosso inversor.
Quantidade de módulos máximos definidos, agora analisaremos como vamos montar nossas strings, ou seja, a quantidade máxima de painéis em série que podemos conectar na entrada do inversor e de cada MPPT.
Para isso, vamos pegar a tensão máxima de entrada do nosso inversor (Vin_máx) e dividir pela tensão de circuito aberto do módulo (Voc), que é a máxima tensão que o nosso painel pode alcançar nas condições de teste padrão:
- Nº módulos_série = 600/49,30 = 12,17 módulos
Como mais uma vez não temos um número inteiro, vamos arredondar a quantidade máxima de módulos em série para 12 para não ultrapassar os 600 V de entrada do inversor.
Legal, né?
Porém, tem um detalhe muito importante que precisamos nos atentar:
- É necessário que os módulos conectados em série trabalhem com uma tensão dentro da faixa de tensão das entradas MPPT’s, isso para garantir que o inversor trabalhe o mais otimizado possível.
Deixando claro novamente que estamos considerando que o módulo está trabalhando nas condições padrões de teste, então a mínima tensão que ele pode chegar é a de tensão de máxima potência (Vmp), que é igual a 42,11 V. Já a máxima tensão é a tensão de circuito aberto (Voc), 49,30 V.
Para respeitar a faixa de operação das MPPT’s, precisamos garantir que o número de módulos em série fique entre 80 e 550Vcc. Logo, a quantidade de módulos conectados em série deve obedecer a seguinte inequação:
- 80/42,11 < Nº módulos_série < 550/49,30
2 < Nº módulos_série < 11
Veja, então, que para obedecer a faixa de tensão da entrada MPTT, eu posso conectar no mínimo 02 módulos e no máximo 11 módulos interligados em série em cada entrada.
Agora vamos com calma para a nossa análise: neste inversor eu posso conectar um sistema de até 14 módulos, porém, em cada entrada MPPT, eu posso ligar no máximo 11 módulos série.
Então pode ser feita algumas variações, por exemplo:
Conectar 07 módulos em uma entrada e 07 módulos em outra. Ou, então, supondo que precisamos colocar esses módulos em duas direções diferentes, já que a parte do telhado que está para o Norte, não tem espaço para todos os painéis.
Sendo assim, eu posso colocar 8 módulos em uma entrada MPPT, que ocupará todo o telhado direcionado para o Norte e na outra entrada, que está para o LESTE, por exemplo.
Está aí um benefício de quando o inversor tem mais de uma entrada MPPT, você pode instalar quantidades de módulos diferentes em cada entrada, além disso, os modelos dos módulos também podem ser diferentes para cada MPPT.
Por último, mas não menos importante, vamos verificar se o inversor vai suportar a corrente de curto-circuito dos painéis, já que é a maior corrente que eles podem gerar nas condições STC.
A corrente de curto circuito do módulo é de 11,35A, que é menor quea máxima corrente de entrada de cada MPPT de 13A. Sendo assim, não teremos problemas em relação à corrente e podemos ligar esses módulos no inversor tranquilamente.
Mas lembre-se, as strings neste caso devem ser somente de módulos conectados em série. Se a gente fizer 01 string com 02 fileiras conectadas em paralelo, as correntes dos módulos vão se somar, e aí não tem jeito, o inversor não vai suportar.
Que caminhão de informação, hein, meu povo!?
E se você quer aprender ainda mais sobre como vender e instalar sistemas fotovoltaicos e se tornar um profissional valorizado no mercado de trabalho? Então te convido a conhecer o curso Energia Solar Lucrativa. Um treinamento que deixará você apto a ganhar uma renda que pode ultrapassar os R$ 5000 por instalação realizada, já que esse é o setor que mais cresce no Brasil e no mundo! Não perca mais tempo, CLIQUE AQUI e busque a sua autonomia financeira!
E para você que já é um profissional do setor, mas quer aumentar a sua eficiência na hora de elaborar orçamentos, te convido a usar o AZUME, o gerador de propostas da Engehall Renováveis que dá uma cara mais que profissional para o seu orçamento - o seu cliente ficará bem animado, eu tenho certeza!
Muito obrigado por ter continuado aqui comigo até o final desse artigo. Um forte abraço e até a próxima.